quinta-feira, 24 de novembro de 2011
Paisagem e culturas
terça-feira, 8 de novembro de 2011
Angustia territorial
Este vazio potencial induz uma trama na existência social, na qual a permanência humana não esta’ mais garantida, ou segura, mas continuamente exposta ao riscos de não se manter, como hoje, como o desejado, ficando exposta e frágil como uma preterida ruína do instável futuro.
Organizada para a sobrevivência, para a participação na ordem do ser, toda sociedade tem que lidar com os problemas de sua existência pragmática, e "ao mesmo tempo estar preocupada com a verdade de sua ordem" .
sexta-feira, 28 de outubro de 2011
Um movimento sem fins, com meios.
Confirmado em maio 2015
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
Desejos
dos outros desejos,
improviso os meus,
livres movimentos pelos ares.
segunda-feira, 8 de agosto de 2011
registros e marcas
como as janelas, deixando passar
a escuridão dos interiores desocupados,
deixando escapar
as tintas descoradas pelas chuvas e pelo sol,
guarda sem fins e objetivos
a tradição emprestada, dos vitoriosos, dos vencedores, dos donos do papel e dos lugares,
segunda-feira, 20 de junho de 2011
Estranhos e únicos momentos
sábado, 21 de maio de 2011
Governanca das metropoles
Vale a pena ler para quem se interessa compreender e propor novos modelos de gestao democratica e competente da regiao metropolitana de Vito'ria.
Editora AnnaBlume
sábado, 7 de maio de 2011
El recuerdo del presente
domingo, 10 de abril de 2011
Transparente e leve
O vento que esta tarde faz soar diligente
quinta-feira, 31 de março de 2011
Vitória Metrópole 1. Avaliação
domingo, 20 de março de 2011
Memoria: Desarmado
Por que ruas tão largas?
Por que ruas tão retas?
Meu passo torto foi regulado pelos becos tortos de onde veio,
carlos drumond de andrade
sábado, 19 de março de 2011
segunda-feira, 7 de março de 2011
“E qual é a medida dos meus dias?” salmo 38,5
sábado, 5 de março de 2011
Ventos e tempestades
sábado, 26 de fevereiro de 2011
Na matéria das pedras
sábado, 19 de fevereiro de 2011
Alguns lugares e edifícios
Alguns lugares e edifícios urbanos, ainda que aparentemente conservados, no tempo e no espaço, em suas totalidades físicas originárias, aparecem como formas melancólicas na experiência quotidiana ou excepcional. Fixados em antigos locais, encobertos com superpostas ações, do tempo natural e da história humana, tais lugares vão se tornando, ao passar dos anos, cada vez mais herméticos, velados à leitura sensível ou racional, principalmente quando situados nos centros das grandes cidades, onde radicais e apressadas transformações alteram o ambiente urbano e apagam as histórias dos acontecimentos para os quais foram desejados e construídos. Mesmo quando um projeto de preservação lhes busca devolver a matéria e a cor primeira, lhes tenta reajustar a ordem primitiva que os conformou, somente uma pálida aura sobrevive nesta ineficaz recuperação, deixando vazar, em pequenos instantâneos, fugazes brilhos dos eventos anunciados, mal refletindo nos olhares e nas calçadas as vontades e projetos que lhes deram forma, significado e estrutura.
No acúmulo urbano destes objetos contíguos ou superpostos, lançados em partes e fragmentos à uma possível compreensão futura, em uns mais, em outros menos, escapam de seus resíduos construídos pequenas partes, que ao desfiar da razão e sentimento embaralham-se, a princípio, sem sentidos.
Em outros se oferece o tecido desfeito, que ao acompanhar, atento, o risco do bordado de um pequeno motivo podemos recuperar o desenho completo, tal como uma tapeçaria que ao refazer a cauda do leão, a imagem completa da floresta, da caça e dos caçadores irrompe, com seus úmidos verdes, suas trompas e cachorros, cheiros e gritos, inundando de movimento, ruído, ouro e vida a manhã aristocrata.
Na primeira coleta e apreciação destes indícios, os sentidos humanos inicialmente se extasiam, surpresos com tanta maravilha e encanto, surpreendidos com tantos mistérios e novidades, que nem percebem a aflição que neles emana e contagia; que nem ouvem as suas falas miúdas interrompidas, que nem escutam as suas mudas fantasias.
Se deles, destes edifícios e lugares melancólicos, nos aproximamos e escutamos atentamente estes sussuros, logo afastamo-nos com horror. Deles, de suas frestas, de seus intervalos e vazios, escorrem uma longa lista de dores e sofrimentos. Deles, de suas paralisias e sombras, murmúrios escapam desejos insatisfeitos, exalam desencantos, expiam torturas.
Ao se acercar refeitos, de volta, em um outro dia ou instante, a estes lugares, poderemos nos surpreender com este fogo agora morto, apagado. Nem um brilho, uma luz, um cheiro, um som, a vazar daquele objeto que no dia anterior parecia refletir e expor, mesmo incompleto, um texto aberto ao múltiplo entendimento e à admiração. Aí, agora, nada mais parece articular os escombros, estruturar os vãos e paredes ainda de pé, aí, nada revela, à rua, as pessoas e acontecimentos que, porventura, se movem em seus interiores, por entre os móveis realizam seus afazeres quotidianos e já não se recordam dos outros, indivíduos e eventos, que, anteriores, ergueram os tetos e paredes e riscaram as suas faces. Nem um eco, nem um espírito. Neste momento, são expulsos para ao longe, suas vozes e escrituras, como se um vento forte tivesse varrido para sempre de cada canto, de cada detalhe, de cada pedra, as memórias e lembranças do passado.
Nas cidades, na minha e em tantas outras, há uma convivência, uma simultaneidade destas duas séries, uma linha do presente e a outra, eco do longínquo, onde todo objeto comum, material e construído, aparenta habitar ao mesmo tempo as duas presenças, deixando aparecer alternadamente, a seu gosto, uma ou outra face ao nosso olhar de curiosidade.
São experiências distintas ou uma única, esta aparente dupla e oposta percepção e entendimento do mesmo edifício ou lugar?
Dependem unicamente de nós, de nossa especial atenção ou descuido a eles dirigido, alterado pelo momento ou emoção, ou esta ambigüidade é da essência da própria coisa, que só se deixa aparecer por instantes, expondo-se aleatoriamente ou pouco suficiente ao seu gosto instável e incerto interesse?
domingo, 6 de fevereiro de 2011
Infinito
sábado, 29 de janeiro de 2011
Teatro Gloria
Teatro Glória
Talvez seja melhor ser como as pedras, como os montes, como o mar, estáticos e cegos ao ritmo curto das horas, dos meses, dos anos. Deixar ser, paralisado, acompanhar ao movimento perpetuo dos séculos, lentos, imóveis em sua intimidade. Deixando estar para atentar, ao acordar acionar o relembrar involuntário, como Proust, diante da “ mesma sineta que ainda repercutia em mim “, e assim tivesse que me recolher, incorporar o tempo, colocar entre ela e o dado presente, “ todo o passado, que eu não supunha carregar, a desenrolar-se indefinidamente”.
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
David Protti
Há uma contradição anterior à fala, quando é, nos foi dado do ilimitado o limitado horizonte, separados os dias e as noites, o nada e o múltiplo, o bruto e as coisas feitas recortadas contra o fundo, informadas pela mão divina, uma divisão anterior ao pecado, à babel, à queda e à esperança da redenção.
Como todos os homens, penado pela parte, condenado aos fragmentos, o fotógrafo armado de seu artificio, a ser marcado em sal e prata, atravessa a sua cidade adotada, ascende aos seus morros, sobrecarregado por lentes, pesos e lembranças, lançada sua vista e sua pele aos ventos e aos ares da beira mar reincidentes.
Repara a imagem retida os pedaços subtraídos ao olho?
Almeja.
Panorama.
Imaginaria ser possível, calçado com as botas de polegar, disposto com as escalas de Gulliver, passar ao largo do imediato continente, pelas partes e pelo todo, esticando quebra-cabeças por entre as nuvens para ultrapassar as duras montanhas, esticar a água, vazar o canal que a tudo contorna, que a tudo abraça e reúne.
São registros horizontais que ambicionam conter o máximo, esticando o restrito foco humano a largas e longas distancias, circulando o olhar contra o permanente mover da cidade e de seus habitantes, diante a estática e imóvel natureza.
Lançada a pedra em funda contra o tonto Golias, retorna vitorioso, David, ao lado dos outros, dos seus, junto à língua e à terra originais.
Poderemos reconhecer cada ponto anotado, desligada a máquina e o instrumento abarcador, submetido, novamente, o corpo às duras penas do limitado caminhante, de músculos e ossos cansados, quando novamente somos envolvidos no afã da vida e do quotidiano?
Sonhemos com a Vitória, desejemos o impossível, avancemos todos à unidade corrompida, cada um com a sua singularidade despedaçada, cada um com suas pernas, mentes e coração.
Caminhemos nesta companhia, da cidade e de sua paisagem, e quando a repetida tarefa nos impor o repetido ritmo da solidão e da melancolia, liberemos a moldura desta tela a outros vôos, rompidas as cordas e os encantos, caminhemos, caminhemos sem saber onde chegar.
Talvez que na volta te encontre no mesmo lugar.
sábado, 22 de janeiro de 2011
Peter e suas portas
Sim, do caminho reto
Como mensageiros se afastam os elementos cativos
E as antigas leis da terra.
Hoderlin
Penetrar em uma cidade, por seu ares, mares e terras, pode ser um dos caminhos para conhecê-la e amá-la. Em uma cidade ilha, como Vitória, onde as suas portas se confundem com suas pontes, divagar entre as suas várias escalas e limites faz que sonhos e oportunidades se movimentem diante do observador de acordo com suas chances de chegada, suas escolhas de percursos e olhares, suas posições relativas nas paisagens e passagens de seu território.
Peter, como outros que aqui chegaram e se apaixonaram, move-se no desafio de tantos, de perder-se e encontrar-se, utilizando-se das três passagens, aproximando-se de Vitória pelas entradas do céu, da terra e do mar, “ três anúncios da cidade”, pelas suas“ três faces que vejo ao mesmo tempo que me encaram”, que me apresentam respostas, mas que me também me fazem outras perguntas.
Para cada caminho que percorro, em cada escolha, outra direções me indicam saídas, entradas e portais, mas “para onde devo seguir?”. Para cada percurso, diz Proust, como em Veneza, “não vejo senão isto que possa... fazer surgir do que julgávamos uma coisa de aspecto definido, as cem outras coisas que ela igualmente é, pois cada uma delas refere-se a uma perspectiva não menos legitima”.
São também três os limites, que em amplo triângulo geográfico me conduzem da metrópole a este dilema. Para estar dentro ou estar fora faz-se necessário invadir a sua delimitação, assumir um campo que guarda e recolhe os seus fantasmas e mistérios, assumir uma figura com seus vértices no mestre Álvaro, ou será Alvo, sempre coberto de nuvens, no outeiro e convento da Penha, e que completa no monte Moxuara, com seu perfil, em sombra guardando o acesso as verdes montanhas.
Mas ultrapassadas estas fronteiras, geográficas, somos lançados nos fragmentos, nas suas fraturas e descontinuidades artificiais, onde a história, seus feitos e fatos marcaram e demarcam sobre o solo, deixaram em riscos os prazeres e dores dos seus homens e mulheres. Ultrapassar estas passagens, que Peter indica, informa e mostra, suas portas do céu, do mar e da terra, é lançar-se no conflito, na desigualdade, na desordem, no divino e no mortal, no sagrado e no profano.
Quando os projetos inconclusos pareciam fazer uma realidade urbana permanente, os ventos do oriente trazem boas novas, a cidade se estranha, seus tempos e lugares parecem ser atropelados por um outro progresso, global, instantâneo, veloz, que submerge em pó as melancolias, rompe os incabamentos, apresentando transformações nunca vistos, estrangeiros nunca conhecidos, trabalhos imateriais nunca vividos.
Conseguiremos sermos nós e os outros, adicionar ao passado incompleto o futuro surpreendente, exercer o maravilhoso, na borda do vazio que torna seu próprio desvio, e assim tentar superpor aos restos e riscos, às sobras e ruínas, o desenho do impossível desejo?
Uma necessidade se aproxima, é urgente neste momento. Livrarmo-nos do peso que sucumbe, da herança histórica da exploração e do sofrimento, do isolamento e da exclusão provinciana que esmaga e submete. Esta bagagem, em camadas cristalizadas, nos incomoda, nos impõem limites e fronteiras. Cabe como no salto do tigre, fazer luzir sobre estas ruínas, resgatar os suores dos escravos, dos imigrantes, dos jovens, dos seus sonhos e visões. Desvelar as potências entranhadas em suas permanências, esgotadas em suas descrições acadêmicas, voar sobre o peso de suas construções e máquinas.
“ Os vazios revelam a cidade”, conclui Peter, desvelam seus inefáveis movimentos, seus ventos e brisas marinhas, misturando seus elementos originais aos que foram surgindo, feito pedra sobre pedra, deixando rastros e ruínas, riscando uma melange de astros e eventos em constelação que revelam ao olhar curioso as singularidades de seu sitio e de seus acontecimentos. Na fidelidade ao evento, “ fonte e fuga de si mesmo”, o território á artificio é “ migração, errância, imediata proximidade do longínquo”.
Revela-se, assim, o presépio que é a cidade. Seu ser, sua essência, seus montes, estrelas e cometas, seus magos e crentes, seus muitos curiosos, em torno de uma discreta manjedoura para abrigar o fato primordial do nascimento, com a fortuna traçada desde a concepção, desde o início dos tempos, desde a queda original, desde a perda e falta primeira.
Uma multidão irrompe em muitos, invade criativa este cenário datado, abandona a periferia e se aproxima junto, rompe estas determinações e limitações, soma, multiplica acertos e imperfeições, insatisfeita e feliz, torna-se real nesta “ coisa única que é um lugar” .
“Três entradas, três percursos “, onde a presença de um traz sempre a falta do outro forcluido, quando a escolha de uma nos convida à viagem, ao movimento, ao salto miraculoso que pode ser capaz de unir duas individualidade separadas.
Onde em seus vazios, eternos e fugidios, contínuos e transformados, onde em suas inúmeras revelações, uma outra cidade, um outro puzzle, um outro presépio, repleto de renovadas paisagens e passagens, se faz, se desvela, se reconfigura permanentemente.
Quem sabe assim...
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
sábado, 8 de janeiro de 2011
Vento Vitoria
Mas será tarde demais; e eu seguirei sem voz
entre os homens que não se voltam, com o meu segredo.
Eugenio Montale
Vitória. Há uma carícia junto à pele causada pelo vento que se desvia de edificações e me traz o cheiro do mar, aquele mais longe, sem fim no horizonte, e que imagino fica logo aí, o mundo, começa logo depois dos morros, depois do Penedo, pequeno Pão de Açúcar da província, como uma irreal imitação da loja de souvenir.
Reconheço a sua face, Vitória, Brasil, e pergunto-me se há salvação ao seu destino refletido nos astros, descritos de antemão na linha fina de vida, condenados todos os seus moradores, por antecipação e fatalidade, na vaidade e orgulho original de Adão, à danação a ser espantada, expiada em sua fundação.
Reconheço quando por aqui permaneço.
Reconheço quando me movimento em suas irmãs de destino e aflição.
Reconheço, em cada desembarque na cidade desconhecida, já na porta da estação, as pequenas marcas desta partilhada exaustão. Em algumas, são mais explícitos os seus registros, apontam logo, ao viajante, suas penas. Em outras, tímidas e desconfiadas, são mais sutis as marcas de maldição, precisando se acercar a pé em becos e pátios escondidos, em direção a portas e janelas desajustadas, para colher de improviso alguns resíduos desta dor universal, e, no entanto, diz Petrarco: “Eu me deleito com estas penas e estas dores, ... que se me vêm tirar de mim disso, é apesar de mim”.
Vitória está em cada lado e na outra margem de canal, do rio e do grande mar, em cada singular edifício, em detalhes de portas e paredes reproduzidas em série ou em isoladas criaturas espantando, nas esquinas, maus olhados e feitiços.
Vitória está lá, está aqui, por aí, para ser redescoberta, na beira do mar, na linha do cais, nos escuros becos e largas praças, nas tortas e retas ruas e íngremes escadas, na subida do palácio onde, “À direita da escadaria, um pé de fruta-pão e uma mangueira se entrelaçavam em grandes ramagens ”.
Vitória está aqui dentro, em cada pedaço do pedaço, em meu coração e cabeça, em cada palavra dita, degustada e escondida em minha boca, já o que nós “vemos das coisas são coisas, por que veríamos nós uma coisa se houvesse outra? “
Vitória está descoberta à perdição, à traição.
“Bem contra a vontade é que estou aqui: quando verei as paragens onde nasci?
“, anotou Auguste Saint Hilaire, em visita ao Espírito Santo, os versos que um gentio cantava.
Vento Vitoria
Mas será tarde demais; e eu seguirei sem voz
entre os homens que não se voltam, com o meu segredo.
Eugenio Montale
Vitória. Há uma carícia junto à pele causada pelo vento que se desvia de edificações e me traz o cheiro do mar, aquele mais longe, sem fim no horizonte, e que imagino fica logo aí, o mundo, começa logo depois dos morros, depois do Penedo, pequeno Pão de Açúcar da província, como uma irreal imitação da loja de souvenir.
Reconheço a sua face, Vitória, Brasil, e pergunto-me se há salvação ao seu destino refletido nos astros, descritos de antemão na linha fina de vida, condenados todos os seus moradores, por antecipação e fatalidade, na vaidade e orgulho original de Adão, à danação a ser espantada, expiada em sua fundação.
Reconheço quando por aqui permaneço.
Reconheço quando me movimento em suas irmãs de destino e aflição.
Reconheço, em cada desembarque na cidade desconhecida, já na porta da estação, as pequenas marcas desta partilhada exaustão. Em algumas, são mais explícitos os seus registros, apontam logo, ao viajante, suas penas. Em outras, tímidas e desconfiadas, são mais sutis as marcas de maldição, precisando se acercar a pé em becos e pátios escondidos, em direção a portas e janelas desajustadas, para colher de improviso alguns resíduos desta dor universal, e, no entanto, diz Petrarco: “Eu me deleito com estas penas e estas dores, ... que se me vêm tirar de mim disso, é apesar de mim”.
Vitória está em cada lado e na outra margem de canal, do rio e do grande mar, em cada singular edifício, em detalhes de portas e paredes reproduzidas em série ou em isoladas criaturas espantando, nas esquinas, maus olhados e feitiços.
Vitória está lá, está aqui, por aí, para ser redescoberta, na beira do mar, na linha do cais, nos escuros becos e largas praças, nas tortas e retas ruas e íngremes escadas, na subida do palácio onde, “À direita da escadaria, um pé de fruta-pão e uma mangueira se entrelaçavam em grandes ramagens ”.
Vitória está aqui dentro, em cada pedaço do pedaço, em meu coração e cabeça, em cada palavra dita, degustada e escondida em minha boca, já o que nós “vemos das coisas são coisas, por que veríamos nós uma coisa se houvesse outra? “
Vitória está descoberta à perdição, à traição.
“Bem contra a vontade é que estou aqui: quando verei as paragens onde nasci?
“, anotou Auguste Saint Hilaire, em visita ao Espírito Santo, os versos que um gentio cantava.