quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Paisagem e culturas


Pois como dizemos paisagem em chinês?
Nao, como dizem, sem mais se interrogar sobre a sua escolha, as línguas europeias a partir de uma experiência perceptiva e definito’ria, como esta parte de pais que a natureza apresenta ao olho que a vê e que se estende ate onde a vista pode alcançar…, tal como se deixar abraçar por quem contempla,  e que, na extensão , a visão recorta.
O ponto de vista exprimido na língua chinesa  e’ aquela nao mais de uma indentificacao.., mas da interacao entre polos: os do alto e do baixo, do vertical e do horizontal, do compacto e do fluido, ou ainda do opaco e do transparente, do móvel e do imóvel.
Assim bem longe de se deixar conceber como um fracao ou porção de um pais submetida a autoridade do olhar e delimitada por um horizonte, a “paisagem” chinesa opera a globalidade funcional dos elementos, ou antes de fatores, de vetores, em interacao. O pintor chinês nao pinta um canto do mundo a partir da posição de um sujeito perceptivo e tal como o construiria em perspectiva; mas e’ a totalidade do dinamismo e sopro cósmicos, tais como se desdobram no grande processo do mundo, através do jogo infinitamente diverso de suas polaridades, que e’ encarregado de veicular o ela` vital do pincel.
Francois Jullien, in
O dia’logo entre as culturas
Do universal ao multiculturalismo.






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