sábado, 18 de dezembro de 2010

No jardim da Costa Pereira

Ali, neste lugar especial,
diz o poeta Waldo Motta no seu poema No jardim da Costa Pereira:

Se o que eu fora jazesse
Sob a terra fresca e perfumada
Deste jardim público;
Se estas gramíneas e estas palmas lânguidas
Fossem filamentos clorofilados de mim
E em cujas artérias corresse o meu sangue,
A seiva rubra cambiada em verde;
E se nessa minha existência vegetal
Houvesse, ao menos de quando em vez,
Esta brisa que neste instante acaricia
As folhas longas e lassas,
Como se as ninasse para um sono
Profundo e infinito....
Se o que eu fora jazesse
Aqui diante de mim que estou imerso
Na contemplação das folhas embaladas
Pela brisa suave que as perpassa, leve, suavemente...
Ah, eu tenho certeza que seria feliz !”

Um comentário:

  1. E a felicidade do poeta, com certeza, seria muito próxima do Cartola. Transformado em uma madeira a soltar o seu som. Eu, você e a companheira na madrugada, indo para casa...sambando.

    ResponderExcluir