Vejo muitos medos e angustias, preocupações e inseguranças nas
faces burguesas, leio e ouço nos becos e colunas um ruído surdo, que ocupa os
lares e as falas; sinto uma tensão no ar, uma pressa, uma urgência na cidade,
mas quem são e de onde vem estes bárbaros, estes outros que incomodam tanta
gente?
Quem são estes milhões, multidão que invade as nossa metrópoles,
suja as nossas ruas e ocupa as nossas praças e praias com seus insensatos
desejos, com seus impossíveis sonhos e suas enormes aflições?
Quem são estes estrangeiros que invadem o nosso mundo, em
massa, inundam os nossos lugares com as suas novas aquisições, com seus carros brilhantes
, seus bens e vestimentas de marca, enchendo em gritos os bares e os shoppings,
se multiplicando em bandos familiares, deslocando-se em aplicadas tropas de
jovens e de velhos?
Quem são estes que abandonam os seus sítios originais, e
movendo sem ordem, filas e educações, caminhando sem princípios e fins,
desconhecem as praticas e conhecimentos civis, quem são aqueles que deslocam
com pressa, altivos, barulhentos e brutais, sem pátria e sem lei?
Não haverá chefes e comandantes neste exercito entusiasmado
pelas noites de sábados, pelos
churrascos em domingos e dias de feriados, acelerados, seus corpos e espíritos,
pelos inúmeros shows e espetáculos, animados pela musica ritmada das festas,
dos ritos e comemorações?
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