sábado, 11 de janeiro de 2014

O risco da representação

O risco inerente a qualquer processo de representação, ao definir e conceituar a realidade para agir , para ampliar o poder humano sobre o mundo, e’ “ aquele que consiste em tomar a definição pela realidade”.   
Deslocado do objeto, a representação se apresenta como uma idolatria, onde as imagens, os ídolos, ocupam o lugar das coisas e dos fatos, se desviam dos fenômenos e apenas como uma aparência se expõem a admiração dos homens.
Sombras desfilam incontidas suas partes e desfeitas unidades, fracionados os pedaços de suas incompletas estruturas, dispostos `as múltiplas e `as diversificadas interpretações.

Onde se coloca a capacidade original  da linguagem em nomear as coisas, soma-se a falta da representação política, de prover a transferência de um desejo ou uma insatisfação subjetiva para a fala de um outro sujeito, por delegação, para discursar e decidir em nome , impotente em acompanhar a continua transformação dos negados gozos, em tempos cada vez mais curtos, de estreitas e limitadas esperanças. 

Saudades da aristocracia palaciana, republicana, com sua tolerancia postura, e 
( in)devidos compromissos públicos?

Onde suporta o tempo as diversas marcas e se alinha ao fraco, 
onde sustenta o seu corpo e a solidão dos teus olhares , 
dos gritos informes, da imediata exaustão?
Infinitas tristezas.

alterado em outubro 2015

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