em seus olhos, vejo minha perda escrita
racine
Sombreada pelo morro da fonte grande, cedo `a escuridão que ocupa as ruas, pessoas e fatais orgulhos na tarde fria, e faz de cinza os cheiros de brisa, impregnando de tristeza as faces da cidade de vitoria.
Uma surpreendente melancolia ocupa os corpos, pesa o espirito e congela a emoção, o olhar desfeito, em um cansaço banal, brutal, que enrola a língua, impede a fala e entrava a conversa.
Negro abismo.
Da ausência ou da nevoenta historia, de índios e degredados, listas de escravos e imigrantes no cais, determino, assim espero, improvisado um caminho acima, uma previsão incerta. Mas logo desisto, diante da inquieta e renovada feira de ilusões e vaidades, de encobertas( produzidas?) nuvens e tufões.
Tempestades.
Consciente afasto o morto, preservando em ângulos e orientações a fresca do vento e a ponta formosa.
Mas nao basta tanto esforço e decisão. Sobraram restos, de todos umas partes e das ruínas nas velhas casas, nivelados os seus solos `as modernas presenças, restam os espíritos e os fantasmas da ordem original, do escuro primordial.
Rimos, de desesperanças, de vazias ambições e desejos, insatisfeitos permanentes que somos do adiado consumo e do prazer incompleto.
Gritamos imprecações, mas nao ha’ saída possível ao beco escuro e `a longa sombra que se espalha ponto a ponto, sem fim ou limites, sem controle sobre a cidade.
Pressentimento de luto.
kleber frizzera
30/ 06/ 2013
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