Estranhos e únicos momentos, estes os primeiros a serem aproveitados, imprevisíveis, nas suas chegadas, quanto aos seus tempos de graça, de dons e retornos e que aguardam outras excepcionais oportunidades que poderão vir. E que Virão.
Nas festas, revoluções, nas comemorações e nos carnavais, quando o corpo suspende as repressões e se movimenta, renega, em liberdade, as convenções, e junto com o espírito se deixa tomar pelo êxtase, pela epifania, pelo jubilo, pelo prazer, nestes momentos excepcionais, as coisas do mundo adquirem novos sentidos, abrem-se para novas e mais profundas percepções, e a arquitetura e a cidade se transfiguram e brilham os seus escondidos encantamentos.
A pedras, paredes e portais se acendem, iluminam largos telhados e longos quintais que se estendem em cálidas sombras pelas estreitas e obliquas ruas coloniais.